A Prefeitura do Rio deu início à demolição do imóvel que dará lugar ao Rio-Áfricas, novo equipamento cultural previsto para a Zona Portuária. A ação ocorreu um dia após o anúncio do projeto Praça Onze Maravilha, que visa revitalizar áreas do Estácio, Centro e Pequena África.
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O evento contou com a presença do prefeito Eduardo Paes, do vice-prefeito Eduardo Cavaliere, do secretário de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, do secretário de Cultura, Lucas Padilha, e do subprefeito do Centro, Alberto Szafran.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, a intervenção marca um novo passo na valorização da história e da contribuição da diáspora africana na formação da cidade:
“O espaço vai consolidar a conexão da diáspora africana com a formação do Rio. Agora conseguimos a licença de demolição, estamos trabalhando para obter a licença de construção e esperamos que as obras para erguer o novo prédio sejam iniciadas no primeiro trimestre de 2026.” afirmou o prefeito Eduardo Paes.
A demolição é realizada de forma gradual, uma vez que o prédio está localizado dentro do perímetro do Sítio Arqueológico Cais do Valongo, área reconhecida pela sensibilidade histórica e pelo potencial de descobertas arqueológicas. Por isso, o processo exige retirada cuidadosa e por etapas.
O projeto arquitetônico do novo centro cultural é assinado por Marcus Damon, do Estúdio Módulo de Arquitetura e Urbanismo, vencedor do concurso promovido pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ). A seleção reuniu 36 propostas apresentadas por arquitetos negros do Brasil e profissionais de países africanos de língua portuguesa.
“Participar da recuperação desse espaço é muito importante para a valorização da cultura negra. A ideia é que o local, inspirado em diversas referências africanas, como arquiteturas do Egito e de Burkina Faso, ajude a fomentar a aproximação com nossa ancestralidade.” explicou Damon.
O novo prédio terá três pavimentos e um pátio arborizado com espécies como espada-de-São-Jorge, agapanto e capim-do-Texas, combinando simbolismos africanos e elementos da Mata Atlântica. A fachada contará com tramas, padrões e painéis perfurados que permitirão a entrada filtrada de luz natural. O último andar terá um terraço com vista para o Cais do Valongo.
De acordo com o secretário de Cultura, Lucas Padilha, o espaço funcionará como um polo cultural da Pequena África:
“Não se trata apenas da história da escravização. É contar, apresentar e celebrar as histórias africanas e as formações culturais da cidade do Rio que têm bases negras. Teremos acervo permanente, exposições diversas e uma agenda cultural ampla — afirmou Padilha, que descreveu o espaço como um “encontro de constelações culturais”.