Kevin Carmo Pereira dos Santos, conhecido como Kapetex, preso desde 2024 por tráfico de drogas e porte ilegal de armas, é apontado como responsável por ordenar a queima de barricadas durante uma operação policial na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, na última segunda-feira (29). Segundo a polícia, as ordens foram transmitidas de dentro da unidade prisional de Japeri, na Baixada Fluminense, por meio de mensagens enviadas em um grupo de WhatsApp de mototaxistas.
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Por volta das 10h25, Kapetex teria escrito: “Pode tacar fogo em tudo nas ruas. Tá liberado. Faz protesto”. O conteúdo foi encontrado em um celular apreendido durante a ação.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que realizou uma varredura na cela do detento e reforçou que o combate ao uso de celulares dentro das unidades é prioridade, com uso de bloqueadores, revistas e monitoramento. Após o episódio, Kapetex foi transferido para o Complexo de Gericinó, em Bangu.
Além do episódio mais recente, Kapetex é acusado pelo Ministério Público de participação em um homicídio ocorrido em 26 de junho de 2024, na comunidade da Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio. A denúncia, apresentada em 2025, aponta que ele e um comparsa, identificado como Emerson Teixeira Cabral, o “Raposa”, teriam executado Vilson Reis de Oliveira em frente à própria residência.
De acordo com as investigações, a vítima foi atraída para fora de casa por Sthela Emely Santos Serejo, que teria agido a mando de traficantes da região. Ao sair, Vilson foi surpreendido por disparos efetuados por Kapetex e Raposa. O crime ocorreu diante de familiares, incluindo o filho da vítima, que reconheceu os atiradores e apontou Sthela como responsável por atraí-lo ao local.
A denúncia relaciona o crime à suspeita de que Vilson mantinha contatos com policiais e antigos integrantes de milícias na região. Testemunhas afirmaram que traficantes passaram a eliminar pessoas vistas como ligadas a forças de segurança após assumirem o controle da comunidade.
O Ministério Público citou ainda Edgard Alves de Andrade, conhecido como “Doca”, apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho, como possível mandante da execução. Contudo, a Justiça rejeitou a denúncia contra ele e outros dois acusados por falta de provas de que tenham ordenado diretamente o crime.