Prevista para ser encerrada nesta terça-feira (30), a operação dos trens metropolitanos da SuperVia será estendida até novembro. O sistema, que liga a capital fluminense a outros 11 municípios e transporta em média 300 mil passageiros por dia, seguirá funcionando enquanto o governo estadual conclui a transição para um novo modelo de gestão.
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A concessão da SuperVia teve início em novembro de 1998 e, segundo acordo homologado pela Justiça em 2024, seria válida até setembro de 2025. No entanto, diante da decisão de encerrar o contrato, o governo do Estado e a concessionária firmaram um entendimento para prorrogar temporariamente a operação. A medida busca evitar a interrupção do serviço.
O custo estimado para a extensão até novembro é de cerca de R$ 140 milhões, recursos que sairão dos cofres estaduais. Desde a homologação do acordo até setembro deste ano, o Estado já destinou aproximadamente R$ 160 milhões ao sistema, dentro de um pacote total de R$ 300 milhões anunciado previamente.
O deputado estadual Luiz Paulo (PSD), presidente da Frente Parlamentar Pró-Ferrovias da Alerj, confirmou ter recebido informações sobre a prorrogação, embora ainda não oficializadas. Ele convocou uma audiência pública para o dia 3 de outubro, quando serão discutidos temas relacionados à SuperVia, ao Metrô e às tarifas do transporte. A secretária estadual de Transportes, Priscila Sakalen, e o presidente da concessionária, Everton Trindade, foram convidados para prestar esclarecimentos.
O parlamentar destacou a necessidade de uma licitação para definir a futura operadora do serviço e defendeu que, enquanto não houver substituto, o Estado deve garantir a continuidade da operação com a mão de obra atualmente empregada pela SuperVia.
Um grupo de trabalho, composto por representantes da Secretaria de Transportes, da Central Logística e da Casa Civil, acompanha a transição e fiscaliza os contratos em vigor. A expectativa é que a nova concessionária seja remunerada por quilômetro rodado, modelo semelhante ao utilizado no transporte aquaviário. As dívidas acumuladas pela SuperVia não devem ser transferidas à futura operadora.
Desafios para a operação
O sistema ferroviário enfrenta diversos obstáculos. Entre eles estão estações sob influência do tráfico de drogas, altos índices de evasão de passageiros, atrasos constantes e uma frota de 201 trens, dos quais apenas 141 estão em operação. Há composições fabricadas entre as décadas de 1950 e 1980, algumas ainda movidas a diesel em trechos não eletrificados. Atualmente, 44 trens são considerados irrecuperáveis e 16 estão em manutenção.
A rede ferroviária cobre 270 quilômetros de trilhos, distribuídos em cinco ramais e três extensões, com 104 estações.
Nota oficial
Em resposta, a Secretaria Estadual de Transportes e Mobilidade Urbana (Setram) confirmou a prorrogação:
“A Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) informa que, no momento, Governo do Estado e SuperVia estão concluindo as negociações para a implementação da transição, levando em conta a complexidade e os desafios de um processo desta magnitude. A concessionária seguirá operando o sistema até o término do prazo para o início da transição, previsto para novembro.
Nos últimos meses – como parte do acordo firmado -, mais de R$ 160 milhões já foram investidos pelo Estado em melhorias para o sistema, incluindo a substituição de cabos de cobre por alumínio, a implementação de tecnologia antivandalismo e a redução dos intervalos entre as viagens. Na última semana, a estação Duque de Caxias foi entregue reformada à população, com novos banheiros, bilheteria revitalizada e mais acessibilidade”.