O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, acusado de disparar contra o entregador Valério Júnior, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, no último sábado, já havia sido detido em janeiro deste ano por utilização de um veículo clonado.
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Na ocasião, Ferrarini foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) enquanto conduzia um VW Nivus. Ele afirmou ter adquirido o carro de um representante chamado Alex por R$ 80 mil, sendo R$ 40 mil pagos em espécie e via Pix, e o restante abatido na entrega de um veículo anterior. Entretanto, não apresentou comprovantes ou registros formais da negociação.
De acordo com a PRF, a análise veicular apontou adulteração nos dados do automóvel, o que indicava registro de roubo ou furto. O policial penal foi levado à 60ª DP (Duque de Caxias) e permaneceu temporariamente detido. Posteriormente, foi liberado após o pagamento de fiança no valor de R$ 11 mil e continuou exercendo suas funções. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o caso segue sob apuração da Corregedoria.
O agente já havia sido condenado anteriormente, em [ANO], a três meses de prisão por lesão corporal contra a ex-esposa. A pena foi convertida em suspensão condicional do processo, mediante condições estipuladas pela Justiça. Além disso, a Seap instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que resultou na suspensão de suas atividades por 20 dias.
Na madrugada de sábado, Ferrarini discutiu com o entregador Valério Júnior, que se recusou a levar um pedido além da portaria, conforme as regras do aplicativo. Durante a discussão, o policial penal atirou no pé do trabalhador.
Ele foi levado à 32ª DP (Taquara), ouvido e liberado inicialmente. Em nota, a Seap informou que “a conduta atribuída ao servidor ocorreu fora do exercício de suas funções” e que a Corregedoria acompanharia o caso.
Segundo o delegado Marcos Buss, titular da 32ª DP, a liberação ocorreu porque, naquele momento, a vítima ainda não havia sido ouvida e as imagens que circulavam nas redes sociais não tinham sido analisadas.
— Quando ouvimos Valério e tivemos acesso às filmagens, representamos pela prisão temporária — explicou Buss, acrescentando que o acusado alegou ter atirado por acidente. — Segundo ele, anda sempre armado e, em dado momento, a arma disparou.
Após a prisão, a Seap anunciou o afastamento de Ferrarini por 90 dias e a abertura de um novo processo administrativo disciplinar, classificando a conduta como “abominável”. O policial penal é investigado por tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.