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Baixada Fluminense lidera casos de crianças e adolescentes baleados no Grande Rio

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A Baixada Fluminense registrou o maior número de crianças e adolescentes atingidos por disparos de arma de fogo no Grande Rio em 2023, de acordo com levantamento do Instituto Fogo Cruzado. Dos 18 casos registrados este ano, 12 ocorreram na região, um cenário alarmante que se agravou com a morte de C. E. C. de M., de apenas 5 anos, baleado em Japeri na última sexta-feira (1º).

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Testemunhas relataram que o menino estava saindo de um mercado com a mãe, no momento em que foi atingido por tiros disparados nas proximidades do Morro do Sapo. Havia uma viatura do programa Segurança Presente próxima ao local. Segundo a operação, os agentes estavam em uma van na comunidade Lago do Sapo quando criminosos efetuaram disparos na direção da viatura, que estava manobrando ao lado. A polícia afirmou que os agentes não reagiram aos tiros.

A criança foi levada ao Hospital Municipal de Japeri em estado crítico, com parada cardiorrespiratória. A Secretaria Municipal de Saúde informou que, apesar das tentativas de reanimação na sala vermelha, o menino não resistiu.

Esse episódio trágico soma-se a uma estatística preocupante: desde 2016, o Instituto Fogo Cruzado registrou 677 casos de crianças e adolescentes baleados na Região Metropolitana do Rio. Destes, 301 não sobreviveram aos ferimentos, o que representa uma média de uma criança ou adolescente baleado a cada quatro dias.

O estudo revela também que quase metade das vítimas (286) foi atingida em operações policiais, o que corresponde a 47,6% dos casos. A Zona Norte do Rio, especialmente o Complexo do Alemão, lidera em número de ocorrências, com 11 mortes e seis feridos registrados entre crianças e adolescentes.

Recentes episódios de violência destacam o quadro crítico na Baixada Fluminense. No último dia 17 de outubro, uma menina de 3 anos foi baleada na cabeça em Belford Roxo enquanto saía de casa com os pais para uma consulta médica. Ela permanece entubada em estado grave no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Em setembro, outro caso chocou a região quando um menino de 7 anos foi baleado ao brincar em uma praça, também em Belford Roxo, onde um tiroteio deixou duas pessoas mortas e outras duas feridas. A criança passou por cirurgia e sobreviveu.

Além desses, o caso de Arthur Henrique Lessa Faria, de 6 anos, baleado na cabeça em julho durante um ataque a tiros em uma churrascaria em Duque de Caxias, chama atenção para a vulnerabilidade da infância frente à violência. Arthur passou 39 dias internado antes de receber alta, em uma batalha que emocionou e chocou a comunidade local.

A recorrência de tragédias envolvendo crianças na Baixada Fluminense lança um alerta para a necessidade urgente de políticas públicas e ações de segurança que protejam a vida e o futuro de seus moradores mais jovens.


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