O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou oito pessoas por associação criminosa e corrupção eleitoral em um esquema de compra de votos durante as últimas eleições municipais em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Segundo as investigações, candidatos a vereador chegaram a oferecer até R$ 100 a eleitores em troca de apoio nas urnas.
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De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), entre os denunciados está Markinho Lage (PSD), ligado ao ex-prefeito Waguinho (Republicanos). Em mensagens obtidas pelos promotores, a assessora Rayane Romão Alves oferecia pagamentos para garantir votos. Em um dos trechos, escreveu a um eleitor: “Marquinho é R$ 100”. Em outra conversa, pediu: “Vende pra mim”.
O esquema também exigia que os eleitores comprovassem o voto. Após negociar a compra, eles precisavam filmar a votação na urna eletrônica e enviar foto do comprovante de votação para, só então, receber o valor combinado.
“Pela experiência, não é um caso isolado. Então isso obviamente depois, para fins de a sociedade poder cobrar os serviços públicos, cobrar que seus políticos exerçam um bom papel, fica até um pouco mais difícil, porque são pessoas que eles estão elegendo graças ao dinheiro que eles estão dando no momento do seu maior direito de cidadania que é voto.” disse o promotor Eduardo Pinho
Apesar da articulação, os denunciados não foram eleitos. O baixo desempenho nas urnas levou a ex-secretária da Mulher de Belford Roxo, Priscila Musser (Republicanos), também aliada de Waguinho, a criticar sua equipe. Em mensagens trocadas após a eleição, um integrante do grupo relatou que a candidata reclamou do resultado:
“A Priscila mandou mensagem esculachando a gente aqui falando que os votos que ela comprou não caiu nenhum, de ninguém. E eu preciso que você me mande todos os seus canhotos para a gente está imprimindo aqui para levar lá para ela”, diz uma troca de mensagens entre um integrante do esquema para outra pessoa.
Em resposta, uma das pessoas envolvidas tentou se justificar:
“Tenho todos os comprovantes, foto da urna, a gente te prova. Somos muito corretos”