Após mais de cinco décadas, o bondinho de Santa Teresa retomará a ligação com o Trem do Corcovado, em trecho interrompido desde 1966. A obra, que inclui a recuperação da linha entre as estações Dois Irmãos e Silvestre, está em fase final e a previsão é de conclusão no próximo dia 27. Os testes operacionais devem começar ainda em outubro, e a reabertura oficial ao público está prevista para o início de 2026.
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O retorno da operação restabelece uma conexão histórica com a estação intermediária do Trem do Corcovado, inaugurado em 1884 por Dom Pedro II. A parada em Silvestre, desativada após uma enchente em 1966, está sendo restaurada para receber passageiros e funcionará como ponto de integração entre dois dos principais atrativos turísticos do Rio: o bairro de Santa Teresa e o acesso ao Cristo Redentor.
Segundo a concessionária responsável pelo trem, a reativação da estação também abrirá espaço para novos serviços, como passeios ao pôr do sol. Há planos de instalar um bar nos próximos meses e, até 2026, inaugurar um pequeno hotel e restaurante no local.
O trecho entre o Largo da Carioca e o Silvestre terá viagens a cada hora. Além da conexão com o ramal central, o sistema seguirá operando até os ramais Largo das Neves e Paula Mattos. No percurso de aproximadamente cinco quilômetros, será possível observar a Floresta da Tijuca e diferentes ângulos do Cristo Redentor.
Toda a via recebeu iluminação em LED e trilhos novos, semelhantes aos do VLT Carioca, com menor emissão de ruído. Para a conclusão da obra, resta apenas a instalação de trilhos em 300 metros da rota, desativada desde 2008 devido a furtos de cabos e peças metálicas.
O bondinho de Santa Teresa passou por reformulação após acidentes em 2011, que resultaram em mortes e lesões graves. Desde 2016, a circulação ocorre entre a Carioca e Dois Irmãos, mas com frota reduzida. Do total de 14 bondes previstos, apenas oito foram entregues; uma nova licitação está prevista para 2026.
Atualmente, o sistema transporta cerca de 1,8 mil passageiros em dias úteis e 2,2 mil nos fins de semana. A tarifa custa R$ 20, com gratuidade para moradores cadastrados. A operação, no entanto, é deficitária: os custos de manutenção giram em torno de R$ 1,5 milhão, enquanto a arrecadação é de cerca de R$ 500 mil.
Para a Associação de Moradores de Santa Teresa, a ampliação da oferta de lugares será fundamental para que o sistema atenda não apenas ao turismo, mas também à população local.
A reativação do bondinho coincide com a 33ª edição do festival Arte de Portas Abertas, realizado neste fim de semana em Santa Teresa. Sob o tema “Santa Teresa — um bairro sustentável”, o evento reúne 180 artistas em ateliês, praças, museus e centros culturais.
Considerado um dos principais encontros de arte a céu aberto do país, o festival convida o público a explorar a produção artística e a atmosfera histórica do bairro, reforçando a importância cultural de Santa Teresa no cenário carioca.