O Governo do Estado do Rio de Janeiro deflagrou, nesta terça-feira (28), a Operação Contenção, uma ação conjunta das polícias Civil e Militar que mobiliza cerca de 2,5 mil agentes nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital. A ofensiva, considerada a mais letal da história do estado, tem o objetivo de conter o avanço territorial do Comando Vermelho e prender lideranças da facção com atuação no Rio e em outros estados.
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De acordo com as autoridades, o balanço mais recente aponta 64 mortos, sendo 60 suspeitos e quatro policiais. As vítimas das forças de segurança foram identificadas como:
Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita);
Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);
Cleiton Searafim Gonçalves, policial do Bope;
Herbert, policial do Bope.
Até o momento, 81 pessoas foram presas, incluindo Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho, e Nikolas Fernandes Soares, o Hurley, considerado operador financeiro de outro líder da facção, conhecido como Doca.
Durante a operação, criminosos lançaram explosivos por meio de drones, e houve intensa troca de tiros nas comunidades. As forças de segurança apreenderam 10 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas. Um policial do Bope foi ferido de raspão, e três civis também foram baleados — entre eles, uma mulher atingida dentro de uma academia.
A ofensiva levou à suspensão das aulas em 45 escolas públicas — sendo 28 no Complexo do Alemão e 17 na Penha — e cinco unidades de saúde tiveram o funcionamento interrompido. Além disso, 12 linhas de ônibus foram desviadas por segurança.
O Centro de Operações da Prefeitura informou que o município entrou em Estágio 2 de mobilização devido às ocorrências policiais que provocaram bloqueios intermitentes nas zonas Norte, Oeste e Sudoeste. Em diversos pontos da cidade, bandidos sequestraram ônibus e usaram os veículos como barricadas, o que fez o Rio Ônibus registrar o maior número de coletivos tomados em um único dia.
A ação é resultado de mais de um ano de investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), com apoio do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). O aparato mobilizado conta com helicópteros, drones, 32 veículos blindados e equipamentos de demolição.