A Polícia Civil deflagrou, nesta sexta-feira, a Operação Trunfo Final, que tem como alvo 36 suspeitos de integrar os núcleos armado, logístico e financeiro do Comando Vermelho, atuantes na comunidade Az de Ouro, em Anchieta, Zona Norte do Rio. Até o momento, 12 pessoas foram presas.
A ação tem como foco integrantes da chamada “Tropa do Cesar”, grupo apontado como um dos principais braços armados da facção, responsável por intimidar moradores, organizar ataques e manter o domínio territorial na região.
Ao todo, estão sendo cumpridos 108 mandados judiciais, incluindo 36 de prisão e 72 de busca e apreensão. As diligências ocorrem em Anchieta, além dos municípios de Nilópolis e Mesquita, na Baixada Fluminense, com participação de equipes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da 14ª DP (Leblon) e de unidades especializadas.
Segundo a Polícia Civil, a investigação realizada pela DRF mapeou toda a estrutura criminosa que controlava a área do Az de Ouro, identificando funções e responsabilidades dentro da quadrilha. Entre os investigados estão chefes operacionais, gerentes do tráfico, distribuidores de armas e responsáveis pela arrecadação e movimentação financeira. O grupo movimentou cerca de R$ 1 milhão em 15 dias.
Entre os procurados está Rafael Silva Titara, conhecido como Galo, apontado como chefe da “Tropa do Cesar”. Até então, ele não possuía mandados de prisão e, segundo o telejornal, chegou a realizar viagens internacionais, incluindo uma temporada em Paris.
As investigações também revelaram que o núcleo financeiro do grupo realizava diversas transações destinadas a sustentar o tráfico local, abastecer o arsenal e financiar outras atividades ilícitas. O nome “Trunfo Final” faz referência ao ás de ouros, carta associada a poder e domínio — simbolismo que, de acordo com a polícia, refletia como a facção se via dentro da comunidade.