Rio: Operação na Penha deixa 5 feridos
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta terça-feira (3) uma operação de grande porte no Complexo da Penha, na Zona Norte da cidade, com o objetivo de prender integrantes da facção criminosa Comando Vermelho. A ação, que integra a Operação Torniquete — focada no combate ao roubo de cargas e veículos —, deixou cinco pessoas feridas e paralisou serviços essenciais na região.
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A operação gerou reflexos diretos na rotina dos moradores. Escolas permaneceram fechadas, postos de saúde suspenderam atendimentos, e ônibus deixaram de circular. O RioÔnibus informou que sete linhas de transporte público precisaram alterar seus itinerários devido aos confrontos, enquanto o BRT Transcarioca chegou a fechar seis estações e interromper três linhas antes de retomar o funcionamento por volta das 8h.
Entre os feridos, Ágatha Alves de Souza, de 22 anos, foi baleada na perna enquanto aguardava um ônibus. Em estado grave, foi levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas. Também foram atendidos:
Um homem ainda não identificado;
Davyson Aquino da Silva, policial civil, que foi baleado no ombro e já recebeu alta;
Manuel Rodrigues de Sousa, de 74 anos, atingido enquanto aguardava atendimento médico;
Tamires Silva Soares, de 32 anos, grávida, ferida por estilhaços na boca.
A operação visava prender traficantes de alto escalão do Comando Vermelho, como Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, além de foragidos do Pará e do Ceará escondidos na Penha. Até o momento, um casal foi preso.
Os confrontos começaram por volta das 5h20, com relatos de tiroteios intensos. Traficantes reagiram erguendo barricadas e incendiando um carro. Mais de 200 agentes participaram da ação, que contou com o apoio de blindados, helicópteros e a tropa de elite da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
No setor de educação, a Secretaria Municipal informou que 16 escolas da rede pública ficaram fechadas, além de um colégio estadual. Na saúde, três clínicas da família foram impactadas:
Ana Maria Conceição dos Santos Correia: suspendeu o início do funcionamento e analisava reabertura;
Zilda Arns: manteve os atendimentos internos, mas cancelou visitas domiciliares;
Aloysio Augusto Novis: acionou o protocolo de segurança e interrompeu o atendimento.
Além da Polícia Civil, a operação teve a participação da Polícia Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ). O comando destacou que as ações visam desarticular o tráfico de drogas e aumentar a segurança na região.
“A ação integrada tem como objetivo cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra traficantes do Comando Vermelho (CV) responsáveis, entre outros crimes, por ordenar roubos de veículos e de cargas para financiar a ‘caixinha’ da organização criminosa, o que viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma ‘mesada’ aos parentes de integrantes presos da facção e de lideranças do grupo”, explicou a Polícia Civil, em nota.
“Segundo as investigações, é do Complexo da Penha de onde partem as ordens para as disputas entre rivais em busca de expandir territórios.”
Enquanto isso, moradores da Penha enfrentam mais um dia de tensão, marcados por tiroteios, perdas e incertezas sobre o impacto da violência em seu cotidiano.