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Rio: operação investiga morte de filho de bicheiro e PM

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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou, nesta segunda-feira (30), uma operação para cumprir um mandado de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento no assassinato de Haylton Carlos Gomes Escafura, filho do contraventor José Caruzzo Escafura, o “Piruinha”, e da policial militar Franciene de Souza. O casal foi executado a tiros no dia 12 de junho de 2017, no banheiro de uma suíte de hotel na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

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Segundo a investigação, os criminosos arrombaram a porta do quarto e atiraram com pistola e fuzil. Haylton, de 37 anos, havia deixado a prisão cinco meses antes e tentava retomar pontos de exploração de máquinas caça-níqueis, então sob o controle de Marcelo Simões Mesqueu, o “Cupim”, com quem seu pai, Piruinha, mantinha antiga relação de negócios. Franciene, soldado da Polícia Militar lotada na UPP da Rocinha desde 2014, foi morta junto com o companheiro. O inquérito indica que ela não tinha envolvimento direto com o jogo do bicho.

O mandado de prisão preventiva foi cumprido contra “Cupim”, denunciado pelo GAECO/MPRJ (Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado) na semana passada. Ele é apontado como chefe de uma organização criminosa voltada à contravenção penal e acusado de ordenar o duplo homicídio para impedir a retomada dos territórios ilegais por Haylton.

Além de Cupim, outros seis investigados também são alvos da operação, incluindo dois policiais militares. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 4ª Vara Criminal da Capital e estão sendo cumpridos nos municípios do Rio de Janeiro, Cabo Frio (RJ) e Florianópolis (SC), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC/PCERJ) e da Corregedoria da Polícia Militar.

De acordo com o MPRJ, há indícios de envolvimento de matadores profissionais associados ao grupo conhecido como “Escritório do Crime”, já ligado a homicídios por encomenda no estado. O assassinato de Haylton também foi mencionado no relatório final da Polícia Federal sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O documento apontou suspeitas de interferência nas investigações por parte de Rivaldo Barbosa, então chefe da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, e destacou um padrão de obstrução e proteção a grupos criminosos atuantes nas sombras da segurança pública fluminense.

José Caruzzo Escafura, o “Piruinha”, considerado um dos mais antigos e influentes bicheiros da história do Rio de Janeiro, morreu em janeiro deste ano, aos 94 anos. Atuante desde a década de 1950, era conhecido como o mais velho contraventor ainda em atividade no estado.


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