Tribunal do júri condena assassinos de Marielle Franco e Anderson Gomes
O 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O veredicto veio seis anos, sete meses e 17 dias após o crime que chocou o país e teve repercussão mundial.
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Ronnie Lessa, autor dos disparos que vitimaram Marielle na noite de 14 de março de 2018, foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão. Élcio Queiroz, responsável por dirigir o veículo usado no atentado, recebeu pena de 59 anos e 8 meses. Ambos foram condenados pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa das vítimas —, tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora que sobreviveu ao ataque, e receptação do carro clonado usado no crime.
Apesar das penas, Lessa e Queiroz poderão deixar a prisão antes do tempo devido a um acordo de delação premiada, que contribuiu para avançar as investigações, principalmente sobre os mandantes do crime. No acordo, ficou estabelecido que Élcio cumprirá até 12 anos em regime fechado, enquanto Lessa ficará preso no máximo 18 anos em regime fechado e outros dois em semiaberto. Como já estão presos desde 12 de março de 2019, ambos terão este período descontado das penas.
Pelos termos da delação, Élcio poderá deixar a prisão em 2031, enquanto Lessa deverá ir para o semiaberto em 2037 e pode ficar livre em 2039. Além disso, os dois foram transferidos de presídios federais para penitenciárias estaduais, e Lessa teve a casa da família, na Zona Oeste do Rio, desbloqueada pela Justiça. O acordo, contudo, pode ser revogado caso sejam detectadas mentiras ou omissões nas delações.
Em 14 de março de 2018, Marielle Franco foi assassinada a tiros na Rua Joaquim Palhares, Estácio, região central do Rio. Ela e seu motorista, Anderson Gomes, foram alvejados quando o veículo em que estavam foi emparelhado por um Cobalt prata, que os seguia desde a Casa das Pretas, na Lapa. O ataque ocorreu por volta das 21h30, deixando Marielle, que foi atingida por quatro tiros na cabeça, e Anderson sem vida. A única sobrevivente foi a assessora Fernanda Chaves, ferida por estilhaços.
A condenação de Lessa e Queiroz representa um passo importante no desfecho de um caso que há anos mobiliza o país em busca de justiça e esclarecimentos.