O vereador Ernane Aleixo (PL), de São João de Meriti, foi preso nesta terça-feira durante uma operação da Polícia Civil contra uma organização criminosa associada ao Terceiro Comando Puro (TCP), que atua na Baixada Fluminense. Segundo as investigações, o parlamentar teria participado de um esquema que envolvia apoio logístico ao grupo e negociação de nomeações em troca de apoio político.
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De acordo com a polícia, áudios e mensagens obtidos durante a investigação indicam que Aleixo ofereceu materiais e suporte para a construção de barricadas usadas pela facção em Vilar dos Teles, além de negociar vagas de emprego para atender interesses de integrantes do grupo criminoso. Prints de conversas revelam que ele chegou a negociar o uso de maquinário — supostamente pertencente à Prefeitura — para preparar ruas onde as barreiras seriam instaladas.
A Polícia Civil cumpre oito mandados de prisão e 36 de busca e apreensão. Até o fim da manhã, cinco pessoas haviam sido presas. A corporação afirma que o vereador integrava uma rede de “favores” que fornecia apoio operacional e logístico em troca de benefícios financeiros e eleitorais.
Quem é o vereador
Segundo sua biografia no site da Câmara Municipal, Ernane Aleixo se apresenta como “um homem íntegro, honesto e cumpridor dos seus deveres”. Ele foi eleito pela primeira vez em 2008 e está em seu quinto mandato. Em 2024, obteve 6.720 votos. Sua atuação é descrita como voltada à assistência social e à manutenção de vias e praças públicas. Aleixo é filiado ao Partido Liberal (PL), mesmo partido do governador Cláudio Castro.
Após tomar posse para o atual mandato, o vereador publicou mensagem nas redes sociais agradecendo a confiança dos eleitores, afirmando que a nova eleição representava “alegria, gratidão e compromisso” com a população de São João de Meriti.
Operação “Muro de Favores”
A ação deflagrada nesta terça-feira, chamada “Muro de Favores”, tem como objetivo desarticular uma estrutura criminosa responsável por tráfico de drogas, homicídios, extorsão e corrupção política na Baixada Fluminense. A investigação aponta que a rede atuava principalmente nas comunidades Trio de Ouro (São João de Meriti), Guacha e Santa Tereza (Belford Roxo).
O núcleo investigado era liderado por Marlon Henrique da Silva, o “Pagodeiro”, braço-direito de Geonário Fernandes Pereira Moreno, o “Genaro”, apontado como chefe do TCP na região. Segundo a polícia, elementos colhidos na investigação indicam que “Pagodeiro” confessou a participação em três homicídios, incluindo o de uma mulher, durante confronto com uma facção rival em novembro de 2023.
A operação é conduzida pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) e integra a estratégia do programa Barricada Zero, voltado ao enfrentamento de grupos armados que utilizam barreiras para impedir o acesso de serviços públicos e forças de segurança.