Passageiros denunciam insegurança em Linhas expressas do Rio; roubos crescem 33% na área do 22° BPM
A insegurança nas principais vias expressas do Rio de Janeiro tem gerado preocupação entre os passageiros, que relatam um aumento constante de assaltos nos pontos de ônibus e dentro dos veículos. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam um aumento significativo nos casos de roubo na área do 22° Batalhão da Polícia Militar (BPM), que abrange bairros como Benfica, Bonsucesso, Ramos, Manguinhos, Higienópolis e o Complexo da Maré.
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“Por mais que a gente fique atento, esperando que não aconteça algo, eles sempre aparecem de surpresa. É horrível”, afirmou o industriário Anderson da Silva.
Para tentar escapar dos crimes, os passageiros tentam esconder o que conseguem.
“Guardo a carteira, guardo o celular em um lugar seguro, que não seja na minha mochila”, disse o vigilante Geraldo Silva dos Santos.
Quem pega ônibus na Linha Amarela e na Avenida Brasil reclama da insegurança.
“No mês passado, no dia 2, eu fui assaltada. Na segunda-feira, eu fui assaltada de novo. Essa foi a pior, porque eu vi o bandido dar uma coronhada em uma pessoa. Saiu gente ensanguentada de dentro do ônibus. Não tem policiamento”, contou a analista de departamento pessoal Jociane Alves.
As histórias se repetem.
“Já fui assaltada e já presenciei. Foi horrível, ainda mais que eu tinha acabado de ser contratada e estava sem dinheiro”, contou a recepcionista Larissa Dayana.
Os trabalhadores pedem a ajuda do poder público.
“Durante os trajetos não têm segurança. Inclusive, segunda-feira, fomos abordados na altura da [Via] Dutra, sentido Centro, por dois meliantes que entraram e assaltaram o ônibus Alcântara – Campo Grande. Levou meu celular e dos demais passageiros também”, disse o impressor gráfico Jorge Fernandes.
Na última terça-feira (18), dois passageiros foram mortos durante um assalto em uma das saídas da Linha Amarela, intensificando os sentimentos de insegurança entre os moradores. Por volta das 5h30, criminosos desceram de um carro e abordaram um casal de amigos em uma moto. Um policial que estava presente reagiu, resultando em um tiroteio.
Deborah Vilas Boas, de 27 anos, foi atingida enquanto esperava o transporte e faleceu, deixando uma bebê de 7 meses. José Carlos Miranda, de 64 anos, que estava dentro de um ônibus, também foi vítima e morreu no local. Segundo seu irmão, José Carlos tinha medo da violência crescente na região. A polícia conseguiu identificar três dos quatro criminosos envolvidos: Alexsandro de Andrade Venâncio foi baleado e preso no local, enquanto Ricardo dos Santos Ferreira, conhecido como “Diretor”, e Carlos Henrique Ferreira de Brito, apelidado de “Coroa”, continuam foragidos.
Os dados do ISP mostram um aumento de 33% nos casos de roubo na área do 22° BPM entre janeiro e abril deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Este batalhão cobre uma região crítica, com grande fluxo de pessoas e veículos.
Em resposta, a Polícia Militar informou que unidades especializadas estão intensificando as abordagens de suspeitos nos corredores de maior fluxo, especialmente na Avenida Brasil e na Linha Amarela. No entanto, os passageiros continuam preocupados e clamam por mais segurança e medidas efetivas para conter a criminalidade na região.
A insegurança nas vias expressas não só afeta a sensação de segurança dos moradores, mas também tem um impacto direto na mobilidade urbana e na qualidade de vida na cidade do Rio de Janeiro.