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Mulher baleada no Méier relata recuperação dolorosa e temor pela vida

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Baleada no abdômen enquanto voltava para casa na noite da última quinta-feira (21), Sara Regina Cardoso Coelho, de 28 anos, descreveu como dolorosa a recuperação após passar por uma cirurgia no Hospital Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio. Em entrevista ao Bom Dia Rio nesta quarta-feira (27), ela celebrou estar viva, mas relembrou o momento de desespero, quando pediu à mãe que cuidasse de seus filhos caso não resistisse ao procedimento.

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Na ocasião, Sara estava com o marido, retornando de uma visita à filha, que estava internada na Zona Sul devido a uma infecção. Após o incidente, a criança recebeu alta, mas a rotina da família foi marcada pela tragédia. Segundo Sara e seus familiares, os tiros que a atingiram teriam partido de policiais militares.

A Polícia Militar afirma que os agentes estavam realizando uma abordagem a um veículo na região e que houve confronto, sem detalhar a origem dos disparos que atingiram Sara. Ela foi socorrida pelos próprios policiais e levada ao hospital, onde passou por cirurgia para a retirada do projétil.

“Poderia ter acontecido o pior”, desabafou Sara, ainda em recuperação. A família agora busca respostas sobre as circunstâncias do tiroteio e cobra esclarecimentos das autoridades. O caso reforça o debate sobre os impactos de confrontos armados em áreas urbanas e os riscos para moradores inocentes.

“A recuperação está sendo muito dolorosa mas, graças a Deus, estou com vida. Poderia ter acontecido o pior”, disse Sara Regina.

“Passaram os 3 policiais do lado esquerdo e meu esposo falou assim: ‘Muita polícia, vai acontecer alguma coisa’. Aí a gente escutou o primeiro disparo. Ele falou: ‘Se abaixa’. Começamos a escutar vários tiros e eu falei: ‘Me atingiu, me atingiu’. Ele abriu a porta do carro e falou: ‘Vocês atiraram na minha esposa. Por que vocês fizeram isso comigo?’”, contou.

“Ele [o marido] falou: ‘Sogra, a Sara foi atingida’. Só que ele parou de falar neste momento, mas eu conseguia ouvir, porque ele não desligou o telefone, e ouvi quando ele falou com os policiais: ‘Poxa, você atingiu minha esposa, porque você fez isso?”, disse Renata, mãe da Sara.

Sara passou por uma cirurgia para retirada de estilhaços e perdeu parte do intestino, segundo a família.

“Os policiais alegaram que estavam trocando tiros com os bandidos, mas não tinha bandido nenhum. Atiraram no nosso carro confundindo com um carro de bandido, infelizmente”, disse Sara Regina.

Além da menina que foi internada, o casal tem outro filho de 1 ano. Antes do nascimento do filho caçula, Sara chegou a fazer prova para a PM e atualmente se prepara para fazer novamente o concurso.

Em nota, a assessoria da Polícia Militar informou que policiais militares do 3º BPM (Méier) realizaram uma abordagem a um veículo Sedan branco na Rua Silva Rabelo, os ocupantes reagiram e houve confronto.

“No local, a passageira de um veículo próximo foi atingida e socorrida ao Hospital Salgado Filho. O fuzil utilizado pelo policial foi acautelado pela Polícia Civil. Os policiais envolvidos nesta ocorrência serão ouvidos e um procedimento apuratório será instaurado para analisar as circunstâncias da ação”, diz a nota.

Sobre o uso das câmeras, a PM disse que “o Comando da Corporação vai apurar junto a empresa responsável pelas câmeras corporais se houve alguma instabilidade durante o serviço prestado pelos policiais militares do 3° BPM (Méier), na data da ocorrência citada. Cabe informar que o uso das câmeras corporais é obrigatório por todos os agentes no momento que os militares assumem o serviço para o qual estão escalados”.

 


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