A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro se reúne nesta terça-feira (10) com os familiares de Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, morto durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar na comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio. O objetivo do encontro é definir as estratégias jurídicas para um possível pedido de indenização ao Estado.
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A família de Herus, que trabalhava como office-boy e cursava o Ensino Médio, já informou que pretende entrar com uma ação judicial contra o governo fluminense.
O caso ocorreu na noite do último sábado (8), durante uma festa junina comunitária. Herus foi baleado na região do abdômen enquanto assistia à apresentação de uma quadrilha. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Outras cinco pessoas foram atingidas por disparos; uma delas permanece internada.
Segundo informações preliminares, a operação do Bope tinha como alvo Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, conhecido como Zeus, um foragido de Rondônia apontado como novo chefe do tráfico na Muzema, com atuação na Zona Oeste. Ele estaria presente na festa acompanhado de homens armados, mas, de acordo com a polícia, já havia deixado a comunidade no momento da ação.
Diante da repercussão do caso, o governador Cláudio Castro determinou o afastamento de 14 agentes envolvidos, incluindo os comandantes do Bope e do Comando de Operações Especiais (COE). O tenente-coronel Marcelo Corbage, que até então comandava o Batalhão da Maré, foi anunciado como novo comandante do Bope e deve assumir o posto nesta quinta-feira (13).
A Corregedoria da PM instaurou um procedimento interno para apurar a conduta dos agentes na operação. O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, que classificou a ação como “desastrosa”.
As armas dos policiais envolvidos foram apreendidas, e as imagens das câmeras corporais estão sendo analisadas. A bala que atingiu Herus passará por perícia balística nos próximos dias.
O episódio também gerou reação por parte do governo federal. O Ministério da Igualdade Racial encaminhou um ofício ao Governo do Estado cobrando explicações formais sobre a conduta das forças de segurança e os desdobramentos da operação.