A secretária estadual de Transporte e Mobilidade Urbana do Rio de Janeiro, Priscila Sakalem, confirmou que não será possível implementar a redução das tarifas do metrô e do trem para R$ 4,70. A medida havia sido anunciada em maio pelo ex-secretário Washington Reis, mas dependia da assinatura do governador Cláudio Castro para ser efetivada.
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Em ofício encaminhado à Subsecretaria de Comunicação e Publicidade, datado de 30 de outubro, Sakalem citou restrições orçamentárias do Estado como principal motivo para a decisão e determinou a suspensão de uma campanha publicitária — como motivo as restrições orçamentárias enfrentadas pelo Estado e pede para suspender uma campanha publicitária, orçada em R$ 15 milhões, que divulgaria a novidade.
Na ocasião do anúncio, Reis havia estimado que a redução de preços poderia gerar um aumento de 500 mil passageiros por dia nos transportes sobre trilhos. Segundo ele, o metrô, cuja passagem custa atualmente R$ 7,90, passaria de 650 mil para 900 mil usuários diários, enquanto o trem, hoje com tarifa de R$ 7,60, registraria crescimento de 358 mil para 600 mil passageiros. O impacto financeiro da medida havia sido calculado em R$ 500 milhões anuais a partir de 2026, com recursos provenientes do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP).
Em abril deste ano, Washington Reis solicitou à Casa Civil e à Subsecretaria de Comunicação a criação da campanha “Tarifa RJ”, com o objetivo de divulgar o “valor mais justo e acessível” das tarifas. A proposta chegou a ser aprovada, e os recursos seriam distribuídos entre quatro agências responsáveis pela produção e execução de mídia. O processo, que estava parado desde julho, foi oficialmente interrompido por Sakalem no final de outubro, quando reiterou a inviabilidade da redução e recomendou a adoção de medidas administrativas para cancelar a divulgação.
Enquanto isso, o sistema aquaviário teve uma redução de preços em 2024, a partir de convênio firmado entre a Barcas Rio e a Prefeitura de Niterói. A linha Charitas passou de R$ 21 para R$ 7,70, e as linhas Arariboia, Cocotá e Paquetá tiveram a tarifa reduzida de R$ 7,70 para R$ 4,70.
Em nota, o governo do estado informou que “não desistiu da política pública de redução das tarifas dos transportes”, mas afirmou que a decisão “precisa levar em consideração a responsabilidade com as contas públicas diante de uma previsão de déficit orçamentário para 2026”. Segundo a nota, “foi solicitado à Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana que realize estudos sobre como viabilizar a nova tarifa, avaliando o impacto sobre a atual realidade financeira do estado e projeções futuras”. Quanto à campanha publicitária, o governo informou que “os recursos não utilizados foram devolvidos e poderão ser utilizados em outras ações”.
O MetrôRio também se pronunciou sobre a decisão, afirmando que “considera fundamental a implementação de política tarifária que torne os modais sobre trilhos mais acessíveis à população fluminense”. A concessionária reforçou que o Rio tem a tarifa mais cara do Brasil, “justamente por ser o único sistema do país sem subsídio universal para seus passageiros”. Segundo a empresa, em outras cidades, o subsídio é superior a 50% do valor da tarifa técnica (custo da operação): “Caso no Rio de Janeiro fosse implementada semelhante medida, a tarifa pública seria inferior a R$ 4,00”. Por fim, o MetrôRio informou que “seguirá em contato com o governo estadual para a análise das melhores práticas e políticas com o intuito de contribuir para se alcançar uma solução de política tarifária que incentive o uso do transporte de alta capacidade”.
Por fim, o MetrôRio informou que segue em diálogo com o governo estadual para discutir alternativas que promovam uma política tarifária capaz de estimular o uso do transporte público de alta capacidade no estado.