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Itamaraty pede esclarecimentos ao governo do Rio sobre abordagem de PMs a adolescentes negros

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O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) solicitou explicações ao Governo do Rio de Janeiro sobre uma abordagem policial a adolescentes negros, filhos de diplomatas, que ocorreu na Zona Sul do Rio de Janeiro. Na manhã de sexta-feira, 5 de julho, os embaixadores do Gabão e de Burkina Faso se reuniram com representantes do Itamaraty em Brasília para discutir o incidente.

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Durante a reunião, os diplomatas receberam uma nota formal de desculpas por parte do governo brasileiro. O Itamaraty anunciou que solicitará uma investigação rigorosa ao governo do estado do Rio de Janeiro e a responsabilização adequada dos policiais envolvidos. A mesma nota será entregue pessoalmente ao embaixador do Canadá, que não pôde comparecer à reunião.

O caso ocorreu em 3 de julho, quando um grupo de adolescentes estava entrando em um prédio no bairro de Ipanema. Uma viatura da Polícia Militar cruzou a rua e dois policiais, armados, abordaram os jovens. Entre eles estavam filhos de diplomatas e a maioria era composta por adolescentes negros.

A mãe de um dos adolescentes abordados descreveu a ação como truculenta e acusou a Polícia Militar de racismo. O Itamaraty informou que está acompanhando o caso de perto para apurar as circunstâncias do ocorrido e garantir que medidas apropriadas sejam tomadas.

Nas imagens, é possível ver o momento em que os policiais chegam e apontam as armas para os meninos, que estavam na calçada. Os adolescentes tinham entre 13 e 14 anos.

A denúncia foi publicada por Raiana Rondhon, mãe de um dos jovens. De acordo com ela, os adolescentes estavam retornando para casa por volta das 19h, quando foram parados pelos policiais sem qualquer questionamento prévio. “Com arma na cabeça e sem entender nada, foram violentados, obrigados a tirar casacos”, relatou.

Raiana afirmou que, após perceberem que os jovens eram estrangeiros e não conseguiam responder às perguntas dos policiais, eles foram liberados com um alerta para não andarem na rua, sob risco de serem abordados novamente.

Ela também descreveu a abordagem como “racial” e “criminosa”.

“Ipanema é um lugar seguro, mas depende para quem. “Raiana Rondhon

A Polícia Civil está investigando o caso. A investigação é feita pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) e pela legacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar disse que os policiais envolvidos na ação portavam câmeras corporais e as imagens serão analisadas para constatar se houve algum excesso por parte dos agentes.

“Em todos os cursos de formação, a Secretaria de Estado de Polícia Militar insere nas grades curriculares como prioridade absoluta disciplinas como Direitos Humanos, Ética, Direito Constitucional e Leis Especiais para as praças e oficiais que integram o efetivo da Corporação”, completa a nota.


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