Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira durante uma ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro contra uma milícia que atua em Belford Roxo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Entre os detidos está o policial civil Jaime Rubem Provençano, lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
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Outro alvo da operação é o policial militar Gilmar Carneiro dos Santos, conhecido como Professor Gilmar, que integrava o 39º BPM (Belford Roxo) e ainda não foi localizado. Ambos são suspeitos de repassar informações sobre operações policiais e prestar suporte às atividades do grupo criminoso. Os dois agentes, além de outras 11 pessoas, foram denunciados pelo Gaeco e tiveram a prisão preventiva decretada. Eles responderão pelo crime de constituição de milícia privada.
A operação, batizada de Golden Head, conta com apoio das corregedorias da Polícia Civil e da Polícia Militar. As diligências acontecem na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, além de endereços em Belford Roxo, Duque de Caxias e unidades prisionais.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que a Corregedoria-Geral da corporação participa com o Ministério Público da operação e que contra o agente denunciado foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. “As diligências estão em andamento”, informa o texto.
A investigação aponta Diego dos Santos Souza, conhecido como Cabeça de Ouro, e Carlos Adriano Pereira Evaristo, o Carlinhos da Padaria, como chefes do grupo criminoso. Segundo o MP, ambos coordenavam as atividades da milícia de dentro da cadeia.
A cobrança de taxas impostas aos moradores e comerciantes era organizada por Angelo Adriano de Jesus Guarany, o Magrinho, apontado como responsável também por intermediar a comunicação entre os chefes presos e os integrantes que atuavam nas ruas.
O Gaeco descreve que o grupo praticava extorsões contra comerciantes e mototaxistas, além de manter registros de torturas, execuções e disputas armadas por território. A atuação se concentrava nos bairros Wona, Lote XV e Vale das Mangueiras, em Belford Roxo, e no bairro Pantanal, em Duque de Caxias.
Ainda de acordo com o Gaeco, as investigações reuniram provas de controle financeiro interno, prestação de contas e ordens trocadas por mensagens entre os membros da organização. A apuração também identificou confrontos com um grupo rival, além de registros de coerções, traições e planejamento de ataques.