Uma operação realizada nesta quarta-feira (26) na Vila do João, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, deixou três pessoas mortas, um homem preso e uma criança ferida. Segundo informações da Polícia Civil, os mortos seriam suspeitos de atuar na segurança de um traficante da região. Na ação, foram apreendidos dois fuzis e pistolas.
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O menino de 12 anos, que participava de uma atividade escolar na Escola Municipal Hélio Smidt, foi atingido durante o confronto. De acordo com a unidade, ele recebeu os primeiros atendimentos da coordenação pedagógica e de um professor, sendo encaminhado posteriormente a uma Clínica da Família e, em seguida, transferido para o Hospital Getúlio Vargas.
O Secretário Municipal de Educação, Renan Ferreirinha, lamentou o episódio. “É um absurdo que um aluno, dentro de uma escola, seja atingido por um tiro. Essa é uma situação inaceitável. A escola deveria ser símbolo de proteção e aprendizagem. Jamais deveria ser um local para algo tão grave como isso”, afirmou.
“Hoje, um aluno nosso levou um tiro dentro de uma escola na Maré. O aluno que estava com sua turma, com seu professor, levou um tiro na perna durante uma atividade externa de ciências dentro da escola. É algo tão absurdo, é tão inconcebível a gente imaginar uma situação como essa que é até difícil colocar em palavras. Uma escola deve ser considerada um local de paz”, disse Ferreirinha.
Moradores relataram momentos de tensão durante o confronto. Em grupos de mensagens da Vila do João, relatos indicam que motoristas retornaram em marcha à ré ao se depararem com o tiroteio. Habitantes de outras áreas do Complexo da Maré, como Salsa, Pinheiro, Baixa e Timbau, também disseram ter ouvido disparos e explosões.
Em entrevista o secretário de Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Marcelo de Menezes, informou que a operação continuava após a remoção da criança, com o objetivo de localizar uma liderança criminosa considerada alvo da ação. Segundo ele, policiais permaneciam no interior da comunidade realizando cerco e estabilização da área.
— Estamos no desenvolvimento da operação, ainda existem policiais no interior da comunidade, estamos buscando uma liderança da facção — disse Menezes. — Estamos ajudando a estabilizar o terreno, fazendo um cerco na região.
O coronel também afirmou que a Polícia Militar prepara um esquema de segurança para o evento “AeroFla”, que contará com deslocamento de torcedores por um trajeto de aproximadamente 45 quilômetros. A operação mobilizará 345 policiais de diferentes unidades, incluindo equipes do Batalhão de Choque, ações com cães e motociclistas.
Ao meio-dia, o coronel disse que a polícia civil estava prestes a sair do terreno. Ele explicou ainda que um “cinturão de segurança” será feito para torcedores do evento “AeroFla” por ruas do Rio. Está previsto que sejam percorridos 45 quilômetros pela torcida:
— Estamos empenhando 345 policiais militares, de diversas unidades, do Batalhão de Choque, de ações com Cães, com motociclistas — disse Menezes.