A noite de terça-feira (16/09) foi marcada por um crime que chocou Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Shayene Araújo, de 27 anos, foi morta com um tiro na nuca dentro da própria casa. O companheiro dela, o sargento da Polícia Militar Renato César Guimarães Pina, foi preso em flagrante e é suspeito de feminicídio.
O caso
De acordo com a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG), o crime ocorreu na residência do casal, no bairro Flamengo. A vítima deixa dois filhos: um bebê de sete meses, fruto da relação atual, e um menino de nove anos, de união anterior.
Depoimentos contraditórios
Segundo registros policiais, o sargento apresentou versões diferentes sobre o ocorrido. No hospital, disse que Shayene estaria limpando a arma quando aconteceu um disparo acidental. Já na 82ª DP (Maricá), declarou que havia pedido para a companheira pegar a pistola que ele usaria no trabalho e, em seguida, ouviu o tiro.
O exame médico, no entanto, apontou que a vítima foi baleada na nuca, levando os investigadores a considerar o feminicídio. Após entrar em contradição, o policial decidiu permanecer em silêncio.
Histórico de violência
Testemunhas relataram que a relação do casal era marcada por brigas e episódios de violência doméstica, embora não houvesse registro oficial de ocorrências anteriores. Uma vizinha afirmou ter ouvido gritos pouco antes do disparo.
A família de Shayene entregou às autoridades imagens de câmeras de segurança, gravadas em 2024, que mostram o policial agredindo a companheira grávida. Nas cenas, ele aparece dando um tapa e apontando a arma contra o rosto dela.
Situação funcional do acusado
O sargento Renato César Guimarães Pina estava cedido à Prefeitura de Maricá, atuando no Setor de Inteligência da Secretaria de Ordem Pública e Gestão do Gabinete Integrado (SEOP).
A prisão em flagrante foi confirmada pela DHNSG, que segue ouvindo testemunhas e apurando todos os detalhes do crime.
Repercussão
O caso gerou forte comoção em Maricá e nas redes sociais, não apenas pela brutalidade do crime, mas também pelo envolvimento de um agente público. Organizações de defesa dos direitos das mulheres reforçaram a importância de denunciar situações de violência doméstica, lembrando que o silêncio pode resultar em desfechos fatais.