A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira, um homem identificado como Cosme Rogério Ferreira Dias, apontado como responsável por articular o fornecimento de materiais utilizados na construção de barricadas em comunidades dominadas pelo Comando Vermelho. Conhecido pelos investigadores como “Mentor das Barricadas”, ele foi detido em sua residência, localizada em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, junto de sua esposa. Ambos foram encaminhados para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte.
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Cosme é suspeito de atuar como intermediário entre ferros-velhos e o tráfico de drogas, além de integrar a cadeia de fornecimento de insumos usados para erguer e reforçar barreiras. A operação busca cumprir 41 mandados de prisão e de busca e apreensão, além do bloqueio de aproximadamente R$ 217 milhões em bens e valores, e da interdição de oito ferros-velhos. Ao menos 15 pessoas já foram presas. As ações acontecem no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
As investigações indicam que os ferros-velhos alvos da operação são suspeitos de financiar e fornecer materiais utilizados nas barricadas. Segundo a polícia, embora Cosme se apresentasse como empresário do setor de reciclagem, as apurações mostram que ele teria papel de liderança no núcleo financeiro da organização criminosa, participando de esquemas de lavagem de dinheiro e oferecendo apoio logístico ao tráfico. Durante a operação, foram apreendidas cerca de 20 toneladas de cobre, além de computadores, veículos — incluindo caminhonetes e uma BMW — e grande quantidade de dinheiro.
A investigação aponta que parte expressiva dos recursos destinados à construção e manutenção das barricadas era obtida por meio da receptação e venda ilegal de cobre e outros metais. Os ferros-velhos envolvidos funcionariam como centros de lavagem de dinheiro, financiando a reinstalação de barreiras, a vigilância armada e a manutenção de pontos de venda de drogas em áreas da Zona Norte, Baixada Fluminense e Região Metropolitana.
As análises financeiras conduzidas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) identificaram movimentações consideradas incompatíveis com a atividade declarada dos investigados, ultrapassando R$ 217 milhões. Com isso, a Justiça determinou o bloqueio integral de contas e ativos, o sequestro de imóveis de alto padrão no Recreio dos Bandeirantes, a apreensão de veículos de luxo, a interdição imediata dos oito ferros-velhos investigados, além do afastamento de sócios e responsáveis legais para impedir a continuidade das ações ilícitas.
A operação mobiliza agentes da DRF, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e de unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).