Fred Henrique Lima Moreira foi condenado a 17 anos e nove meses de prisão por tentativa de feminicídio e tortura contra a jornalista Ana Luiza Dias. A decisão foi anunciada na noite de terça-feira (15) pela Justiça do Rio de Janeiro, após um julgamento que se estendeu por mais de nove horas. O caso, que ganhou grande repercussão, envolve a violência sofrida pela vítima em abril de 2022, quando foi mantida em cárcere privado no apartamento do agressor em Copacabana, na Zona Sul do Rio, durante três dias.
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A sentença foi proferida pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, presidente do I Tribunal do Júri, que determinou que Fred não terá o direito de recorrer em liberdade, devendo cumprir a pena em regime fechado. A condenação é vista como uma resposta significativa contra a violência doméstica e de gênero, reforçando a importância do combate ao feminicídio e à tortura.
O caso trouxe à tona a gravidade das agressões cometidas contra Ana Luiza, que relatou momentos de intenso sofrimento e medo durante os três dias em que ficou sob o poder do ex-namorado. A decisão judicial visa não apenas a punição do agressor, mas também a conscientização sobre a necessidade de proteger as vítimas e coibir atos de violência contra mulheres.
“O apenado não faz jus ao direito de apelar em liberdade, pois respondeu ao processo preso e assim deve permanecer, pois inexiste motivo que justifique a revogação da prisão neste momento, até mesmo porque o acusado pode querer se esquivar da aplicação da lei penal, agora mais certo do que antes desta sentença condenatória. Consequentemente, mantenho a prisão do acusado, até mesmo porque o E. STF já decidiu pela execução provisória da pena. O apenado se encontra preso há aproximadamente dois anos e meio, de modo que não faz jus à progressão de regime”, afirma a decisão.
xames mostraram que Ana Luiza sofreu traumatismo craniano e fratura na mandíbula. Durante as investigações do caso, em uma busca no apartamento de Fred, os policiais encontraram um bastão retrátil e um soco inglês – segundo a delegada Natacha Oliveira, responsável pelo caso, os dois objetos foram utilizados na agressão.
A vítima contou que teve que descer nove andares de escada para conseguir pedir ajuda a uma pessoa do prédio onde estava, em Copacabana.
“Eu desci nove andares de escada, não sei como. A gente às vezes dá um start na nossa vida que a gente não pode perder tempo. Me deu aquele ‘é agora ou vou morrer'”, afirmou Ana Luiza.