Uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na madrugada de sábado (7), no Morro Santo Amaro, no bairro do Catete, Zona Sul do Rio, terminou com a morte de um jovem e deixou outras cinco pessoas feridas durante uma festa junina. De acordo com a Polícia Civil, nenhuma das vítimas tem ligação com o tráfico de drogas.
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Herus Guimarães Mendes, de 23 anos, era office boy em uma imobiliária, flamenguista e pai de um menino de dois anos. Ele participava do evento ao lado da família e de outros moradores quando foi baleado no abdômen. Não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Os outros feridos foram levados para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, onde um deles permanecia internado até a noite de domingo (8).
A tragédia ocorreu em uma das épocas mais tradicionais do calendário popular brasileiro, em meio a apresentações de quadrilhas juninas. A ação do Bope, considerada de rotina pela corporação, foi interrompida após os desdobramentos e gerou repercussão entre moradores e autoridades.
Diante do episódio, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, determinou o afastamento imediato dos comandantes do Bope, coronel Aristheu Lopes, e do Comando de Operações Especiais (COE), coronel André Luiz de Souza Batista, além de outros 12 policiais que participaram da incursão.
Em nota oficial, Castro afirmou se solidarizar com as famílias das vítimas. “Sei que palavras não vão trazer ninguém de volta e nem diminuir a dor de se perder um ente querido, mas fica aqui a minha tristeza e indignação”, diz o texto. Ele prometeu que as investigações serão conduzidas com “extremo rigor e agilidade”, tanto pela Polícia Civil quanto pela Corregedoria Interna da PM. E garantiu, em conversa com o Ministério Público, que todas as imagens captadas pelas câmeras corporais dos agentes envolvidos na incursão serão disponibilizadas nos inquéritos.
As armas dos policiais envolvidos foram apreendidas para perícia, e a Polícia Civil realizou diligências no local ainda no sábado. Um scanner 3D foi utilizado na cena do crime para mapear com precisão a trajetória dos disparos. As imagens das câmeras corporais dos agentes também serão incluídas nos inquéritos, segundo o governo estadual.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou que conduzirá uma perícia independente para esclarecer os fatos. “A instituição reafirma o compromisso de exercer o controle externo da atividade policial, a apuração dos fatos e a responsabilização de quem de direito”, ressaltou o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira. Em nota, o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Rio afirmou que o episódio foi “triste e inaceitável”.
O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro também se manifestou, classificando o episódio como “triste e inaceitável”. As investigações seguem em andamento.