Nove anos após os Jogos de 2016, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a intenção de conceder à iniciativa privada a administração de três equipamentos esportivos localizados na Barra da Tijuca, além do recém-inaugurado Museu Olímpico. A proposta prevê que a empresa vencedora também realize melhorias no velódromo, em troca da possibilidade de explorar economicamente espaços como a Arena Carioca 1, o Centro Olímpico de Tênis, o estacionamento e o próprio museu.
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De acordo com a minuta do edital, o contrato terá duração de 20 anos, e toda a estrutura permanecerá como bem público. O Parque Rita Lee, anexo ao complexo, não faz parte da concessão.
— Um ponto que fica claro é que a concessão não abrange a área do Parque Rita Lee, que continuará sendo público, mas sim os locais onde ocorreram as competições. A gente acredita que, com a iniciativa privada, há potencial para eventos e shows — explicou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima.
Audiência pública e participação popular
A minuta do edital está disponível para consulta em www.ccpar.rio/mapa/arenas/
, e a população poderá enviar sugestões até a audiência pública marcada para 3 de outubro.
Estudos da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCpar) indicam que os espaços podem receber pelo menos 26 eventos por ano, com receita média estimada de R$ 421 mil por atividade. No caso do Centro Olímpico de Tênis, a previsão é de 80 horas de uso mensal, a R$ 80 por hora.
Segundo a prefeitura, a concessão permitirá uma economia de aproximadamente R$ 14 milhões anuais em manutenção. O valor mínimo do contrato foi fixado em R$ 35,3 milhões, a ser pago ao município, vencendo a proposta que oferecer o maior montante. A administração municipal também terá direito a participação nas receitas e aumento da arrecadação de ISS.
Obrigações da concessionária
Entre as exigências do edital estão a instalação de iluminação em LED na pista do velódromo e de globos de luz móveis no Museu Olímpico. A concessionária poderá explorar bilheteria, cafeteria e loja de lembranças no museu, cuja entrada está prevista para custar R$ 30. O espaço deverá funcionar seis dias por semana, durante oito horas por dia. A estimativa é de que o local receba cerca de 80 visitantes por hora e gere até R$ 11 milhões anuais em receitas, incluindo publicidade.
Atualmente, o velódromo é utilizado por atletas de alto rendimento, mas precisa de reformas. A prefeitura manterá o direito de uso do espaço por 150 dias ao ano.
Regras de participação
As empresas interessadas deverão comprovar experiência na gestão ou exploração de arenas esportivas ou estádios com, no mínimo, 15 eventos realizados e público superior a 15 mil pessoas.
A ideia de concessão do Parque Olímpico não é inédita. Em 2015, ainda na gestão do prefeito Eduardo Paes, houve tentativa semelhante, mas o processo foi interrompido após questionamentos do Tribunal de Contas do Município. O projeto foi retomado agora, com alterações.
Outras intervenções previstas
As arenas ficam próximas ao futuro Imagine, complexo de entretenimento que será instalado em parte da área onde ocorre o Rock in Rio. Para viabilizar o empreendimento, a prefeitura avalia intervenções viárias, como a construção de mergulhões e a adaptação de linhas do BRT para o VLT.
Instalações fora da concessão
Duas estruturas do Parque Olímpico ficaram de fora do edital. O Ginásio Experimental Olímpico (GEO) Isabel Salgado, inaugurado em 2024, atende cerca de mil alunos em tempo integral, do 1º ao 9º ano, em instalações adaptadas da antiga arena de handebol.
Já a Arena Carioca 2, de responsabilidade do governo federal, passa por obras para se transformar no Campus Parque Olímpico / Cidade de Deus, do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). A previsão de reabertura é para o início do próximo ano.
— O objetivo é formar mão de obra tendo o esporte como tema. Vamos manter a quadra, mas internamente já começaram as adaptações para a implantação de 22 salas de aula e áreas administrativas — disse o reitor do IFRJ, Rafael Almada.