Foto: Reprodução/RJ2
Baixada FluminenseEstado do RioPolicialRio de JaneiroSegurançaSegurança Pública

RJ: Ônibus são sequestrados diariamente e usados como barricadas

Compartilhe

A ousadia dos criminosos na tentativa de controlar territórios e dificultar a ação policial tem levado a uma escalada nos sequestros de ônibus e na construção de barricadas, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte da Capital – Rio Ônibus, os sequestros de coletivos são uma ocorrência diária.

Clique aqui para seguir o canal “RJ Info – Noticias do Rio” no WhatsApp:

De acordo com o porta-voz da Rio Ônibus, Paulo Valente, os ônibus enfrentam, em média, duas barricadas por dia. Esses bloqueios podem afetar até 12 linhas, dependendo de sua localização, causando grandes transtornos às comunidades, que ficam impedidas de sair para trabalhar. Recentemente, câmeras de segurança flagraram um sequestro em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde o motorista foi forçado a atravessar o veículo para que bandidos pudessem assaltar um banco, culminando na explosão da agência.

A prática de sequestrar ônibus e usá-los como barricadas tem se tornado cada vez mais sofisticada. Criminosos da Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio, e outras áreas, empregam táticas para demarcar territórios e dificultar o avanço da polícia. Em algumas comunidades, como a Vila Aliança, há criminosos especializados em mapear locais para as barricadas e selecionar os materiais, conhecidos como “gerentes de barricadas”.

As barricadas também impedem a execução de obras de melhoria nos bairros pelas prefeituras. A engenharia dessas barreiras está cada vez mais complexa: na Cidade de Deus, uma rua foi bloqueada com entulhos e uma caixa d’água; na Cidade Alta, bandidos abriram valas no asfalto; em Duque de Caxias, uma rua foi fechada com uma jardineira contendo plantas; e em Brás de Pina, cones foram colocados sobre ferros fincados no asfalto. Além disso, trilhos de ferrovias também são utilizados para montar essas barreiras.

“Eu já passei por isso três vezes! O cara só mandou eu colocar o carro. Olha, eu quero que você bote o carro atravessado ali na praça . Ai, eu prontamente fui lá e botei o carro atravessado e esperei duas ou três horas para eles mandarem eu pegar o carro e levar o carro de volta”, contou um motorista.

“[Me senti] mal, muito mal,doente, enfraquecido, estonteado. É triste… inseguro”, contou o trabalhador.

E no Complexo de Israel, uma rua inteira foi fechada com um muro.

 

“A gente se sente vulnerável em relação a violência e lançados a própria sorte. A gente pede para Deus proteger a gente todos os dias”, fala outra passageira.

“Elas vem evoluindo, ficando mais profundas, com maior base de concreto, é isso que dificulta a remoção. As mais complexas são justamente essas metálicas que funcionam como cancelas. Essas são muito difíceis de remover. Porque são muito profundas, tem base de concreto e requer um trabalho mais especializado, um equipamento melhor pra remover”, diz o tenente-cornel Gilbert, da PM, que participa de ações para se retirar essas barreiras.

Em pontos como Senador Camará, o motorista foi obrigado a adaptar a rota para passar e não pode acessar todos os pontos dentro da comunidade.


“[Atrapalha a minha rotina] e a de todo mundo. A gente depende deles pra poder ir trabalhar e fica muito mais difícil”, diz uma passageira. “Eles não passam onde deveria passar. quem mora mais lá pra dentro, demora muito mais . Às vezes, realmente para de passar. Os transportes já são prejudicados e aí ainda demora… fica mais prejudicado ainda”, completa outra.

A ousadia dos criminosos na tentativa de controlar territórios e dificultar a ação policial tem levado a uma escalada nos sequestros de ônibus e na construção de barricadas. A situação destaca a necessidade urgente de medidas eficazes de segurança e planejamento urbano para proteger a população e garantir a continuidade dos serviços públicos essenciais.


Compartilhe

You may also like

Comments are closed.