A investigação que deu origem à megaoperação policial realizada na última terça-feira (28), nas comunidades do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, revelou a existência de um esquema de pagamento de propina a policiais militares de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), supostamente mantido por integrantes do Comando Vermelho (CV).
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Segundo o inquérito, Washington César Braga da Silva, conhecido como Grandão e apelidado de “síndico da Penha”, seria o responsável por negociar com agentes de segurança o chamado “arrego”, com o objetivo de reduzir a repressão e a fiscalização ao tráfico de drogas nas regiões sob domínio da facção.
De acordo com a Polícia Civil, Grandão também exercia funções de comando dentro da comunidade, coordenando soldados do tráfico, organizando escalas de plantão e administrando eventos locais, como bailes funks. As investigações apontam ainda que ele mantinha um telefone exclusivo para se comunicar com policiais envolvidos no suposto recebimento das propinas.
O suspeito é considerado homem de confiança de Edgar da Costa Andrade, conhecido como Doca, apontado como uma das principais lideranças do tráfico na região. Ainda segundo a polícia, o acesso a Doca só ocorreria mediante autorização de Grandão ou de Carlos Costa Neves, o Gadernal.
A operação, que mobilizou forças da Polícia Civil e Militar, resultou em 121 mortes, sendo 117 suspeitos e quatro policiais. As forças de segurança também apreenderam 118 armas. O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que os mortos foram registrados como “opositores” em ocorrências classificadas como tentativas de homicídio contra agentes.
A ação é considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro.