Rio de Janeiro registra maior número de queimadas desde 2017
O estado do Rio de Janeiro enfrenta um cenário preocupante com o maior número de queimadas desde 2017. De acordo com o monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 760 focos de incêndio desde o início de 2024.
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Esse número já é o maior dos últimos sete anos, ficando próximo dos 959 focos contabilizados em 2017, e a expectativa é que a situação piore nos próximos meses, historicamente marcados por um aumento nas ocorrências de queimadas.
Somente em setembro, o Inpe já detectou 55 incêndios florestais no estado, o maior número para o mês desde 2010, quando foram registradas 355 ocorrências. O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro havia alertado, há duas semanas, sobre o aumento significativo das queimadas no estado em 2024. Até então, foram atendidas 6.178 ocorrências a mais do que no mesmo período de 2023, representando um crescimento de 85%. Os municípios mais afetados são Rio de Janeiro, com 4.513 ocorrências, São Gonçalo (569) e Duque de Caxias (561), seguidos por Maricá, Nova Iguaçu, Niterói, entre outros.
Além do impacto ambiental, as queimadas têm agravado a qualidade do ar, preocupando especialistas. Nos últimos dias, diversas regiões do Brasil, como Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, têm sido encobertas por fumaça. No estado do Rio de Janeiro, paisagens da região serrana, como Petrópolis e Teresópolis, também foram afetadas.
Segundo especialistas, o aumento das queimadas está relacionado à seca severa enfrentada pelo país, exacerbada por fatores como o aquecimento global e o fenômeno climático El Niño. Embora o clima seco favoreça os incêndios, a origem de muitos deles é criminosa, e investigações estão em andamento em várias regiões do país. Nos últimos dias, prisões relacionadas a queimadas foram efetuadas nos estados de São Paulo e Goiás.
O último boletim do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), divulgado na segunda-feira (9), indicou uma possível melhora na qualidade do ar, com previsão de dispersão dos poluentes nas 24 horas seguintes. Das 57 estações de monitoramento no estado, 28 registraram qualidade do ar boa, 26 moderada e 3 ruim, sendo elas: Manguinhos, na capital, Casa da Lua, em Resende, e Engenheiro Pedreira, em Japeri.
Nessas regiões, a população pode sentir sintomas como tosse seca, cansaço e irritação nos olhos, nariz e garganta. Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas estão entre os mais vulneráveis. O Ministério da Saúde recomenda o aumento da ingestão de líquidos, evitar atividades físicas ao ar livre entre 12h e 16h e o uso de máscaras para reduzir a exposição à fumaça.