PM do Rio recebe frota de carros ‘secretos’, mas governador revela modelo por engano
O anúncio da nova frota de veículos descaracterizados da Polícia Militar do Rio de Janeiro, feita pelo governador Claudio Castro (PL) nas redes sociais, gerou polêmica e expôs uma falha de sigilo que comprometeu a iniciativa. A intenção era apresentar 38 carros que seriam usados em operações de inteligência e investigação, sem identificação visível, mas a postagem deixou escapar um detalhe crucial: os modelos dos veículos.
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Apesar dos esforços para ocultar a identidade dos carros, sem mostrar a logomarca e a frente, ficou evidente que se trata do Nissan Kicks Active, fabricado na cidade de Resende, no sul do Estado do Rio. Além disso, outros detalhes como as cores – prata, preto e branco – e até informações mais sensíveis, como placas e o Renavam dos veículos, estão disponíveis no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do governo estadual, sem qualquer tipo de proteção sigilosa.
A divulgação acidental gerou críticas à administração, uma vez que a frota foi contratada justamente para atuar de maneira discreta em operações de segurança pública. O valor total do contrato com a Nissan foi de R$ 4,3 milhões, o que representa um custo de aproximadamente R$ 114 mil por veículo.
A falta de sigilo em uma operação que deveria ser discreta preocupa especialistas em segurança pública, que destacam que a revelação dos detalhes pode comprometer a eficácia das ações e colocar em risco a vida dos agentes envolvidos.
A principal crítica recai sobre a exposição dos modelos dos veículos, já que a ideia divulgada pelo governador era de que eles atuariam disfarçados.
“É como se a polícia estivesse anunciando para os bandidos quais carros evitar”, ironizou um internauta nos comentários da postagem.
Além das críticas à exposição dos veículos, a iniciativa também gerou preocupação em relação à segurança de cidadãos que possuem carros com características semelhantes às das viaturas a paisana. “Se eu tenho um carro desse, venderia e compraria um de outro modelo”, comentou outro internauta.
A controvérsia se acentuou com o fato de que detalhes como modelo, das cores prata, preto e branco, placas e até
O Renavam dos veículos estão acessíveis pelo Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do governo do Rio, sem qualquer proteção de sigilo. O valor total do contrato com a Nissan é de R$ 4,3 milhões (R$ 114 mil cada um dos 38 veículos).
Questionado sobre o episódio, Claudio Castro minimizou o fato de ter divulgado quais serão os carros a paisana da PM do Rio. Segundo o governador, “quando esse veículo vem para a segurança pública ele tem as placas alteradas. Sempre foi assim e continuará assim porque está na lei”.
“Sobre o vídeo, esses veículos são apenas uma das marcas, com uma das cores e não representam nem 10% dos veículos descaracterizados que vão para 92 municípios, para diversos bairros. Ou seja, é uma agulha no palheiro tentar achar que só esses 38, de quase 400, que vão causar risco a qualquer um”, completou