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EUA pressionam, mas Brasil resiste a rotular PCC e CV como terroristas

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Em encontros recentes entre autoridades dos governos brasileiro e norte-americano, surgiu uma divergência sobre a classificação de facções criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho. Os Estados Unidos defendem que essas organizações sejam tratadas como grupos terroristas, enquanto o Brasil adota uma postura mais cautelosa.

O argumento dos norte-americanos é que rotular essas facções como terroristas facilitaria a adoção de medidas mais rígidas e ampliaria as possibilidades de cooperação internacional no combate ao crime organizado transnacional. Já o governo brasileiro explica que, segundo a legislação vigente, terrorismo envolve motivações políticas, religiosas ou ideológicas — o que não se aplica a essas facções, voltadas principalmente ao lucro por meio de tráfico de drogas, armas e outros crimes.

Apesar do impasse, os dois países têm reforçado a troca de informações e estratégias conjuntas contra o crime organizado. A cooperação continua sendo vista como essencial, especialmente diante da crescente sofisticação dessas organizações criminosas.

No Brasil, o debate também ocorre em âmbito interno. Após o assassinato de um policial no Aeroporto de Guarulhos, no fim de 2024, o governador de São Paulo propôs equiparar ações do crime organizado a atos de terrorismo, o que reacendeu discussões no Congresso. Em outra frente, o Senado já aprovou um projeto que amplia o conceito de terrorismo para incluir milícias e facções criminosas, mas o texto ainda aguarda análise na Câmara dos Deputados.

A discussão segue sem consenso, mas reflete a preocupação global com a atuação de facções cada vez mais articuladas e violentas. Enquanto isso, Brasil e Estados Unidos buscam fortalecer a cooperação, mesmo com entendimentos distintos sobre o enquadramento legal dessas organizações.


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