Morre Piruinha, o bicheiro mais antigo do Rio
José Caruzzo Escafura, conhecido como Piruinha, faleceu nesta quarta-feira (22), aos 94 anos, deixando um legado como um dos nomes mais emblemáticos do jogo do bicho no Rio de Janeiro. Reconhecido por sua atuação discreta, ele era o mais velho da antiga cúpula do jogo ilegal na cidade, consolidando seu domínio ao longo de décadas.
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Nascido em Campos dos Goytacazes, Piruinha começou como motorista de lotação nos anos 1950, mas foi na década de 1970 que ganhou destaque. Durante esse período, quando os banqueiros do jogo dividiram o Rio de Janeiro em territórios, ele assumiu o controle de regiões como Madureira, Cascadura, Abolição, Piedade, Inhaúma e Maria da Graça.
Ao contrário de outros contraventores, que investiam em escolas de samba e ostentavam suas riquezas, Piruinha adotou um perfil mais reservado, focando na gestão eficiente de seu império. Apesar disso, sua influência era marcante, sendo uma figura de poder nos bairros onde atuava.
Embora evitasse o protagonismo, sua família manteve forte ligação com o Carnaval carioca, especialmente com a Portela, uma das maiores escolas de samba do Rio. Piruinha era pai de Luís Carlos Escafura, ex-presidente da agremiação, e avô de Junior Escafura, atual vice-presidente.
Recentemente, ele ganhou destaque ao aparecer na série documental “Vale o Escrito: A guerra do jogo do bicho”, disponível na Globoplay. No programa, Piruinha compartilhou memórias sobre o jogo do bicho e o Carnaval, relembrando seu papel no universo da contravenção.
Pai de 27 filhos, Piruinha deixa um vasto legado familiar e histórico no submundo do jogo no Rio de Janeiro, encerrando um capítulo importante da história da contravenção na cidade.