A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) anunciou que a instalação de bloqueadores de sinais de telefonia móvel, internet sem fio e drones em unidades prisionais do Rio de Janeiro começará ainda em 2025. A medida tem como prioridade presídios que abrigam presos com reconhecida influência extramuros.
✅Clique aqui para seguir o canal “RJ Info – Noticias do Rio” e receber as notícias no seu WhatsApp!
Na última semana, foi homologada a contratação da empresa IMC Tecnologia, responsável pelo serviço. Inicialmente, dez unidades do Complexo de Gericinó, em Bangu, receberão o sistema. Segundo despacho da Seap, nessas unidades há lideranças criminosas que, mesmo privadas de liberdade, continuariam exercendo influência tanto no ambiente interno quanto externo, articulando ações ilícitas e mantendo contato com membros das facções.
Entre as penitenciárias listadas estão unidades com presos ligados ao Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP), milícias e outros grupos:
Presídio Gabriel Ferreira de Castilho (SEAPGC) – CV
Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (SEAPJL) – TCP
Instituto Penal Benjamim de Moraes (SEAPBM) – CV
Penitenciária Industrial Esmeraldino Bandeira (SEAPEB) – TCP
Penitenciária Bandeira Stampa (SEAPBS) – Milícia
Penitenciária Doutor Serrano Neves (SEAPSN) – CV
Penitenciária Lemos Brito (SEAPLB) – Amigo dos Amigos
Presídio Nelson Hungria (SEAPNH) – Povo de Israel
Presídio Joaquim Ferreira de Souza (SEAPJFS) – presos midiáticos, federais e ex-agentes de segurança
Presídio Inspetor José Antonio da Costa Barros (SEAPJB) – Povo de Israel
Entre os detentos dessas unidades estão nomes como Luiz Cláudio Machado, o Marreta, apontado como um dos chefes do CV e condenado a mais de 133 anos de prisão. Ele foi transferido em julho para a Penitenciária Federal de Catanduvas (PR). Já na Penitenciária Industrial Esmeraldino Bandeira cumpre pena Rafael Alves, o Peixe, liderança do TCP na Vila Aliança, Zona Oeste do Rio. Na semana passada, a região foi alvo de uma operação policial que resultou em seis mortes, duas prisões e a libertação de reféns.
Após a implantação no Complexo de Gericinó, o projeto será expandido para unidades prisionais da capital, do Grande Niterói e das regiões Norte e Noroeste do estado. A única exceção é o Instituto Penal Cândido Mendes (SEAP-CM), em processo de desativação.
O atual sistema de bloqueadores no estado opera com tecnologia ultrapassada, restrita a sinais 3G. A nova contratação prevê a modernização do serviço, com bloqueio de sinais GSM, TDMA, FDMA, GPRS, GPS, 3G, 4G, 5G, drones e wi-fi, a um custo de até R$ 464 milhões, por um período de 36 meses.
Segundo a secretária de Administração Penitenciária, Maria Rosa Nebel, a tecnologia escolhida busca evitar impactos à população que vive no entorno dos presídios:
“lideranças, mesmo privadas de liberdade, continuariam exercendo influência significativa tanto no ambiente intramuros quanto extramuros, articulando ações ilícitas, coordenando estruturas criminosas e mantendo canais de comunicação com membros externos das facções”.
A IMC Tecnologia terá 10 dias úteis para iniciar os trabalhos. Cada instalação deve levar até 45 dias por unidade, ou 60 dias em casos de três implantações simultâneas. O cronograma seguirá a disponibilidade orçamentária do Estado e a estratégia operacional da Seap.