Funcionários de Itaguaí recebem R$ 8 Mil, mas trabalham fora da prefeitura
Três funcionários da Prefeitura de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, estão sob investigação após serem flagrados trabalhando fora de seus postos durante o expediente. Cada um deles recebe cerca de R$ 8 mil por mês, e juntos, somaram aproximadamente R$ 370 mil em remunerações dos cofres públicos.
Entre os funcionários investigados está a nutricionista Laísla Borges. Contratada como assessora de assuntos administrativos, Laísla deveria cumprir uma jornada de 8 horas diárias na prefeitura. No entanto, ela foi encontrada atendendo pacientes presencialmente e online, além de compartilhar dicas de emagrecimento nas redes sociais. Questionada sobre sua situação, Laísla não soube fornecer explicações coerentes.
Outro caso envolve a professora de Educação Física Caterine Dias, que ocupa o cargo de assessora de assuntos especiais da Secretaria de Governo de Itaguaí. Caterine, no entanto, foi flagrada trabalhando como personal trainer em uma academia. À equipe de reportagem, ela afirmou ter sido contratada pela prefeitura para a função de personal de Educação Física, o que diverge das informações do Portal da Transparência.
O fisiculturista e personal trainer Breno Bravo, também sob investigação, ministra aulas em uma academia na Zona Oeste do Rio. Desde o ano passado, ele ocupa um cargo de assessor especial na prefeitura de Itaguaí, com um salário de quase R$ 6 mil. Ao tentar agendar um horário para treino com Breno, a equipe de reportagem foi informada de que sua agenda estava completamente preenchida.
A prefeitura de Itaguaí, que conta com uma população de 100 mil habitantes, contratou mais de 600 pessoas nos últimos meses. Em novembro do ano passado, a folha de pagamento somava R$ 39 milhões, enquanto em maio deste ano, o valor subiu para R$ 45 milhões.
“Quando um agente público deixa de exercer a função pública, isso não apenas sobrecarrega os demais agentes públicos, mas especialmente causa prejuízos irreparáveis à população”, explica o especialista
Procurada pela reportagem, a prefeitura de Itaguaí informou que abrirá uma sindicância para apurar a situação dos funcionários mencionados. Caso sejam comprovadas irregularidades, os envolvidos serão exonerados. Sobre o aumento no quadro de funcionários, a administração municipal explicou que realizou concursos nas áreas de saúde e educação, e que as contratações foram autorizadas pela Justiça para suprir uma defasagem de pessoal.
A situação em Itaguaí destaca a necessidade de uma fiscalização rigorosa e transparente dos servidores públicos, visando garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma correta e em benefício da população.