Foto: Reprodução
Estado do RioPolicialRio de JaneiroSegurança

Desaparecimento de advogada no RJ: Polícia e MP trabalham com hipótese de assassinato e ocultação de cadáver

Compartilhe

O desaparecimento da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, está sendo investigado como um possível caso de assassinato e ocultação de cadáver pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A principal linha de investigação aponta para o envolvimento de um grupo criminoso que teria sequestrado a advogada no final de fevereiro e exigido R$ 4,6 milhões de resgate. Apesar do pagamento, Anic não foi devolvida à família.

Clique aqui para seguir o canal “RJ Info – Noticias do Rio” no WhatsApp:

Anic desapareceu em 29 de fevereiro após sair da casa da filha, em Petrópolis, para uma consulta médica e uma visita a um shopping na mesma cidade, onde foi vista pela última vez em imagens de câmeras de segurança. Quatro suspeitos de envolvimento no caso foram presos, incluindo Lourival Correa Netto Fatiga, técnico de informática e amigo da família há cerca de três anos. Lourival, conhecido como “Gordo”, era próximo da rotina da casa de Anic em Teresópolis e teria sido o mediador das negociações com os sequestradores.

A delegada responsável pelo caso, Cristiana Onorato Miguel, destaca que Anic era muito ligada aos filhos e que não faria sentido ela ir embora da forma que foi narrada.

‘Ela era muito ligada à família. É o que dizem os relatos, os documentos ouvidos, os filhos dizem que ela era muito protetora, que ela não os deixava. Sobretudo a filha mais nova, de 20 anos. E ela nunca passaria dias sem falar com a filha, o dia das mães. Pra polícia, aa principal linha é que ela tenha sido assassinada. Mas, a gente não descarta também a possibilidade de ela ter fugido’, diz a delegada.
Ainda de acordo com a delegada, o mais importante em casos como esse é entrar em contato o mais rápido possível com a polícia.

‘A família errou muito, o comportamento da família é exatamente o comportamento que não se deve ter. Quando houver a simples suspeita de um sequestro ou o primeiro contato do sequestrador, a família deve imediatamente procurar a polícia. A polícia tem que estar à frente das negociações. A negociação tem que ser feita com a polícia, porque qualquer dado na negociação pode ser crucial para a gente. A família somente entrou em contato com a polícia 14 dias após o pagamento do resgate. Isso dificultou muito a localização da vítima’, afirmou.

De acordo com o Ministério Público, Lourival seria o mentor do desaparecimento. Ele ganhou a confiança da família e participou de viagens com Anic e seu marido. Além disso, Lourival afirmava ser policial, o que não era verdade, e convenceu o marido de Anic a não acionar a polícia, alegando que isso poderia colocar a vida dela em risco.

Os criminosos orientaram Lourival a dividir o pagamento do resgate entre dinheiro em espécie e moedas virtuais, como bitcoin. O marido de Anic foi ao shopping onde ela foi vista pela última vez, esperando sua liberação, enquanto Lourival deixou o dinheiro em outro ponto da cidade. No dia seguinte ao pagamento, os suspeitos compraram um veículo de luxo, uma motocicleta e 950 telefones celulares, totalizando R$ 500 mil.

Apesar do cumprimento das exigências dos sequestradores, Anic não retornou para casa e permanece desaparecida. A filha da advogada registrou o desaparecimento apenas 15 dias depois, em 14 de março, devido ao medo, já que um dos sequestradores afirmou estar monitorando o marido de Anic em tempo real, chegando a descrever as roupas que ele usava.

O caso continua sob investigação sigilosa pela delegacia de Petrópolis, com o apoio da Delegacia Antissequestro. Enquanto isso, a família de Anic mantém a esperança de encontrá-la viva.


Compartilhe

You may also like

Comments are closed.